terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desvirgindade de Amelie

O corpo fica pesado, como se atropelado. Não ouve toque, não ouve contato, mas a sensação é de um “estupro do espaço”, uma invasão que torna o material supérfluo e o emocional o objeto.
Por um instante te falta o ar. Olha ao redor e lhe vem à tona sua impotência perante a vida. Sua vida.

Impotente ao que lhe acontece, aos que te cercam ao que lhe vem e ao que lhe levam. Quando, como e onde será, jamais saberemos por certo. Mas, se nos abrimos para perceber as nuances, respeitamos nosso faro instintivo, validamos os sinais, e aceitamos o que nos cabe de coração aberto, sem julgamento, genuinamente, buscando não só entender mas sentir o que é teu nesse momento, nos tornamos então donos da nossa impotência. Porque de tudo tira-se algo. Se você quiser.

E de repente me vejo agradecendo pelo pequeno mal, já que foi menor. Imagino que isso me protegeu de algo muito pior, e se pudesse abraçaria o mal feitor pelo bem que me foi feito. Agradeço a mensagem passada e a experiência vivida. E quando me privo do mal, quando respeito os sinais e me poupo, não tiro nada pois nem vejo. Agradeçamos então o que nos vem, diariamente, seja o que for..."

domingo, 26 de setembro de 2010

Sinta a Liga - O primeiro


25, 27, 29 e 33... Iniciamos o “Sinta a Liga”. Mais que um projeto, um encontro, ou uma idéia, é um momento entre amigas. Sim, homem não entra. Ok, só fisicamente, pois confesso que dominam os assuntos...
Depois de meses ensaiando, planejando, elaborando e cogitando, marcamos a data: 25 de setembro de 2010. E mesmo com encontros e contratempos, lá estávamos nós: das sete, quatro; mirando os fogos, bebendo, comendo, rindo, expondo e lógico, cornetando!!!

Dos assuntos, os mais diversos: astrologia, nomes, amizade e... Ah! As vacas. rs

Foi definitivamente um delicioso início de muitos que virão! Repleto de tudo, como toda mulher! – Sinta a Liga

Para recordar, algumas pérolas:
- “O cara era feio com força” (É, imagino que não era dos mais gatinhos)
- “Do you think that a drunk ass has no owner?”(Clau contando um causo de Londres e nós traduzindo a idéia)
- “Bom, deixa eu continuar minha história” – “Ahmmmm ta!” (Vane respondendo super querendo ouvir o resto do causo)
- “Ai, é ao contrário...” (Tati tentando acender o isqueiro pela parte que sai o fogo...)
- "Ô ô ô ô nega.." (Tati TENTANDO me chamar)
- “Eu vou continuar Eliana!" (kkk.. melhor não detalhar...)
- “Eu beba e fuma e mata o português” (Tati tentando se desculpar pelos erros de português num verdadeiro genocídio)
- “Meu, o sangue já corre na minha veia” (Ainda bem, né... rs... Eu me referindo ao álcool, mas...)
- "Primeiro SL, Uma down!" (brilhante constatação da Tati)


Uma troca onde no outro encontramos mais de nós mesmos!!!

See you next month!!! Thanks for this lovely moment! Love you all!




quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O que + Como + Por que = Seu Propósito

Ontem me perguntaram sobre meu Propósito de Vida.
Pra que me levanto? E quem se importa com isso?

Bom... e então começaram...

Se perguntam “O que você faz”? Você sabe responder: sua profissão o coloca no mapa. Te torna aceito pelo seu meio e é de senso comum. Mas...

Se perguntam “Quem é você”? Já não é tão fácil assim, mas podemos nos associar a nosso cargo na empresa, profissão, sobrenome, personalidade, signo, meio... Somos o que fazemos + como fazemos. Como fazemos define nossos valores, do que não abrimos mão, nossos princípios. E quem sabe como você faz o que faz? Sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho, clientes...? Quem te assiste, acompanha e sabe como age, como é? Mas...

Se perguntam “por que faz o que faz da maneira que faz”?... Aí sim, chegamos na nossa essência, nossa alma, nossa melhor parte! O que te motiva? Porque sai da cama? Qual seu propósito de vida?

E ter propósito não significa ser missionário, Madre Tereza, ou fazer algo grandioso e generoso... É apenas o seu por que!

Sim, e para chegarmos nessa resposta, precisamos lembrar que no nosso Propósito estão nossos medos, mas não necessariamente nossos medos estão no nosso propósito...

Ah! Medos... todos nós, sem exceção, em maior ou menor escala, temos 3: Medo do abandono/ da rejeição; Medo de não ser amado; Medo de não poder confiar/contar com alguém.

Assim, tudo o que fazemos, como fazemos e porque fazemos são para nos proteger de nossos medos... que podem até se “materializar”, ou melhor, ser externalizado como medo de escuro, altura, animais, lugares fechados, se relacionar.........

Nossos medos só nos atrapalham quando se tornam nossa motivação, nosso propósito, ou seja, quando passamos a viver fugindo, com medo dos nossos medos, de acessá-los e confrontá-los. Eles devem ser vistos, reconhecidos e aceitos para conseguirmos viver nosso propósito.

Se o seu propósito tiver mais valor do que a opinião dos outros, é porque realmente encontrou seu propósito. Sobreviveu aos seus medos. Fez por ti. Quando vive para outro não só não encontrou seu propósito como se perdeu de você.

Qual o seu propósito? Ele é pra você? Para os outros? Para ambos?... Ele é seu.


"Sometimes the things you are more afraid of, are the things that make you happier."

*** Tema do Encontro do Centro Hoffman da Quadrinidade 21/09/10.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Just a save place

Por melhor que tenha sido a viagem e mais magníficas tenham sido as paisagens, por mais que tenha dado risada e curiosas tenham sido as estradas, por mais diferentes tenham sido os paladares e interessantes os caminhos de quem atravessei, por mais longe que tenha ido e por mais que tenha me divertido, por melhor que tenham sido as experiências, por mais que tenha me transformado...É bom ir, mas é muito bom voltar.

Meu porto seguro. Voltar num olhar, num toque, no cheiro, no simples estar.

***"Que o seu afeto me afetou é fato, agora faça-me o favor..."

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

3X4

Hoje me dei conta que tenho passado mais dias da minha vida desejando que ela passe do que curtindo o que ela tem. Dos 7 dias na semana, passo 4 almejando chegar em 3.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

CARPE XIX - Janelas

Sem perceber, passei um dia fazendo coisas... diferentes. Diferentes do que costumo, eu digo.

De manhã, tomei banho com uma água congelante, não por opção, por circunstância, mas há uns 10 anos não fazia isso. Sai de casa com o carro da minha mãe, por conta do rodízio (sim, inéditamente eu lembrei!), e estava sem o rádio, então fui com o som do trânsito (e voltei!). Não peguei o jornal na rua. No almoço, pedi um prato que sempre namorei mas nunca havia pedido. Tive atividade o dia inteiro (sim, isso é novo recentemente...rs). Mudei de idéia quanto ao presente que queria me dar e me dei no ato. Cheguei em casa e me rendi ao sono por alguns instantes. Me irritei, frustrei, expus, ouvi, respirei, acalmei, aceitei meu lugar e me desculpei em menos de 10 minutos. Hoje optei por ser feliz ao invés de ter razão. Fiz caminhos novos: quando vi já estava em ruas conhecidas mas esquecidas. Pedi água e comemos ½ pizza de berinjela e ½ de carne seca. Não comi chocolate. Me vi, entendi e perdoei no intervalo de algumas horas. Assisti uma cena, ouvi, questionei, ouvi, refleti, ouvi, entendi e mudei de idéia, alterei minha razão, aceitei outra possibilidade.

E, numa simples troca, percebi tudo isso no meu dia. O quanto aquele dia tinha sido diferente, simples assim. Por isso (também), apesar de tudo, ainda acredito na troca, que ninguém é feliz sozinho, que é isso que nos enriquece, e que caminhar a dois é sempre melhor, independente da trilha!

Esqueci todas as janelas abertas onde guardei a fé em nós, mas no amor...

... Ah! E ainda li antes de dormir!

CARPE XIX - Para termos algo diferente do que sempre recebemos, para mudarmos o que não nos agrada, para alterarmos a mesmice que nos tornamos, quebrarmos o ciclo que criamos, precisamos de uma coisa: fazermos diferente do que viemos fazendo. O que temos e somos é reflexo do que absorvemos e damos, SE nos limitamos ao que enxergamos. Abra-se. Atente-se. Quebre. Mude.
"Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita." Você mesmo. Aprendemos a amar quando nos amamos e assim nos vemos dignos de dar e receber esse amor. Assim seremos plenos. Na aceitação. Na compaixão. E TÁ TUDO BEM!rs

*** Obrigada pelo carinho, paciência e compreensão. Seu amor me transforma.***

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CARPE XVIII - "Ch" pode ter som de "x"

“Quando alguém te disser que tá errado ou errada, que não vai “s” na cebola, que não vai “s” em feliz que o “x” pode ter som de “z” e “ch” pode ter som de “x”, acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.” – O Teatro Mágico

Meu Carpe dessa semana foi delicioso e inspirado numa idéia que tive e está prestes a acontecer, mas disso falarei logo menos...

Essa semana, desorientada com uma terça de feriado, liguei para algumas amigas e programamos um girly day! Terça de manhã já estávamos na estrada... Buscando assuntos, puxando histórias, inventando planos para não tocarmos em nossas feridas e, bom, deu certo!!!
Que dia delicioso: rimos, descobrimos, conhecemos, calamos, terminamos e recomeçamos... E no fim, com muita coragem, ele se juntou a nós, tomou nossa atenção e dominou nossos assuntos. Com um sorriso aberto, coração ferido, num gesto singelo nos fez esquecer dos nossos. Sem buscar assolo, apenas consolo, divertiu-se conosco. E nós? Lembramos que há um mundo lá fora... Mundo de possibilidades... Mundo de casualidades.

CARPE XVIII – Fazer acontecer. Se fazer ser. Realizar o que sonha. Viver com o que e quem te realiza. Falar por si, e ninguém mais. Dividir momentos. Inovar, renovar e inventar-se. Fazer por si e agregar a todos. – Ter a coragem e a dignidade de atuar conforme o texto que proclama.

domingo, 5 de setembro de 2010

VOCÊ

Se não sabe o que quer, se revele. Se não sabe o que dizer, se cale. Se não sabe o que pensar, se isole. Mas não minta, admita. Não use, desfrute. Não brinque, jogue. Não fuja, encare. VOCÊ.

Não há dor maior do que a de assassinar um grande amor. Seu amor. Próprio
.
"Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida. .. Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado... Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma..."

Francisco Buarque de Holanda

De boas intenções...

Hoje vivi uma experiência interessante. rs

Cheguei em casa com minha mãe (na verdade moramos em apartamento) e tínhamos compras do supermercado no porta-malas.
Minha mãe pegou o carrinho e enquanto colocávamos as compras nele, percebemos que conseguiríamos levá-las nas mãos, o que nos pouparia trazê-lo de volta, mas...
Quando chamamos o elevador e íamos tirar as compras do carrinho, a porta abriu imediatamente e nele estava um casal de idosos que fizeram questão de nos ajudar descendo do elevador para colocarmos o carrinho com as compras (que íamos nos organizar para deixar lá) e então coubéssemos todos no elevador.

Bom, aceitamos, entramos todos e o Senhor perguntou nosso andar para apertar o botão, porém não os enxergava muito bem, assim apertou outro andar antes do nosso, mas no final deu tudo certo e lá estávamos nós rumo acima.

Eles desceram no andar deles e continuamos nossa jornada. O elevador pára, descemos, e, para nossa surpresa, tem um aquário numa cadeira em frente a porta com um recado. Nos aproximamos, e foi quando minha mãe percebeu que estávamos no andar errado, o qual o Senhor apertou antes do nosso... Ok. Chamamos novamente o elevador, que estava no nosso real andar, entramos novamente, apertamos nosso andar e para nossa surpresa... o elevador desce!!! Começamos a rir, pois nossa idéia de facilitarmos nossa vida foi interrompida por uma ótima intenção, que mais nos atrasou do que ajudou... Bom, por fim conseguimos chegar em casa. Descarregamos o carrinho e eu o devolvi no seu lugar. Tudo certo. Mas...

Algo simples assim me trouxe a percepção de que às vezes, no intuito genuíno de ajudarmos alguém, fazemos nosso melhor; criamos, nos envolvemos, nos doamos, tomamos frente, e até mesmo nos sacrificamos, MAS, esquecemos de perguntar à pessoa COMO podemos ajudá-la. Saímos fazendo o que gostaríamos que fizessem por nós ou mesmo o que julgamos ser o melhor, e assim esquecemos o porquê daquilo tudo, que é o outro. No intuito de ajudar, podemos sufocar, afastar, anular ou até mesmo atrapalhar. Então cuidado com suas boas intenções... Preserve-se! rs