terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desvirgindade de Amelie

O corpo fica pesado, como se atropelado. Não ouve toque, não ouve contato, mas a sensação é de um “estupro do espaço”, uma invasão que torna o material supérfluo e o emocional o objeto.
Por um instante te falta o ar. Olha ao redor e lhe vem à tona sua impotência perante a vida. Sua vida.

Impotente ao que lhe acontece, aos que te cercam ao que lhe vem e ao que lhe levam. Quando, como e onde será, jamais saberemos por certo. Mas, se nos abrimos para perceber as nuances, respeitamos nosso faro instintivo, validamos os sinais, e aceitamos o que nos cabe de coração aberto, sem julgamento, genuinamente, buscando não só entender mas sentir o que é teu nesse momento, nos tornamos então donos da nossa impotência. Porque de tudo tira-se algo. Se você quiser.

E de repente me vejo agradecendo pelo pequeno mal, já que foi menor. Imagino que isso me protegeu de algo muito pior, e se pudesse abraçaria o mal feitor pelo bem que me foi feito. Agradeço a mensagem passada e a experiência vivida. E quando me privo do mal, quando respeito os sinais e me poupo, não tiro nada pois nem vejo. Agradeçamos então o que nos vem, diariamente, seja o que for..."

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