terça-feira, 26 de outubro de 2010

Só Ser

Sair e ser Má. Ficar e ser Marina.
Sair e compartilhar. Ficar e ser sozinha.
Sair e vagar. Ficar e me libertar.
Na busca de consistência, nada sacia. Na fuga de uma vida sozinha, protejo-me na solidão.
Com medo de ferir, firo. Na ânsia de viver, existo.
Abaixar as armas e escudos para enfim receber. Dor ou calor.

Com fé na vida, viver.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TEMO

Arrumei meu quarto. De uma certa forma, minha vida está lá. Cada detalhe traz uma lembrança. Arrumá-lo foi um resgate. Lembrar o que fui me trouxe o que sou e abriu para o que quero ser. O que mudou?

Uma certa angústia ao ver uma carta de 2003 com “new year’s resolutions” para 2004 e me dar conta que em quase 2011 ainda almejo as mesmas coisas...

Parei no tempo? Não conquisto o que quero ou quero tantas que não conquisto nenhuma? Me falta foco ou perseverança? Não alcancei, tive e perdi ou não considero o que consegui? Me falta reconhecer ou realmente querer? Ou tenho medo de conseguir?
Queremos tanto uma coisa que nos boicotamos com medo do dia que a tivermos nas mãos, pois não mais saberemos quem somos. Sinto que vivemos devorados pela necessidade de sermos amados, mas no fundo temos medo da insegurança de amar. TEAMO.

A sensação de ter existido e não vivido. Saudade do que se foi e até do que não vivi. Saudade da ingenuidade e ignorância que me deixavam dormir sem o peso das responsabilidades. Assumi-las é tomar posse do poder sob nossas vidas e isso tira o sono. Trava as costas. rs

Claro que ele me veio em mente trazendo a memória de uma fase que vivi em plena alegria. Felicidade que tive comigo e não sei por que delego esse poder a ele. O Amor era de encantamento, mas me enganei quanto ao protagonista. Achei que era por ele e na verdade era por mim... O fato é que apesar de ter(mos) andado naquela estrada com deleite, não conheci o caminho. Reconheço algumas curvas, mas vivo saindo da estrada... Com ele, perdi o mapa.

Hoje, meu amor é outro. Se é diferente daquele? Sim e não. Sim na essência, mas não na ausência. É maduro, é terno, é generoso, é compassivo... Mas esse está no outro. E é incompleto. Recíproco mas não inteiro. E dessa estrada meu amigo, perdi o mapa da saída. E quando acho que estou na beira do abismo, e mesmo sendo abismo me tirará dela, o TE(A)MOR me traz de volta.

E agora José? Sair dessa estrada e tentar algo novo com a possibilidade da felicidade que tanto busco, ou permanecer na conhecida, mas não preenchida, felicidade na esperança de uma possibilidade? A segunda já tenho tentado...

Hoje, clarificada pelo olhar de um filme (“O Segredo dos Seus Olhos”, recomendo!), sei bem o que quero. Posso passar a vida buscando e até não encontrar nessa... mas hoje sei o que é esse vazio que tanto preencho com nada.

Vejo uma estrada amarela. Por essa ainda não andei...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Matchuca

Machuca. Como machuca. Um pensamento de relance advindo da memória de algumas palavras, alimentado por alguns sinais e sedimentado pelos fatos estampados na sua cara.
Não tem mais como continuar com os óculos cor-de-rosa. Chegou a hora de encarar o que lhe cabe e decidir. Se libertar, desconstruir para poder fluir. Abrir mão do que te motiva, alimenta e faz sorrir... Abrir mão de uma crença... Abrir mão desse doce que te inebria, mas que também engorda. Nem tudo que reluz é ouro. E o que não engorda, mata. Amor ou vício.

Mais de ti ou seu fim? Como, se já faz parte de mim, está aqui? Como apagar essa tatuagem na alma, cicatriz no peito, marca nas atitudes, vestígio nos pensamentos, estigma na vida?

Mais ou menos. Tudo ou nada. Começo ou fim.

Seguir uma estrada quando não está dirigindo. Aceita ou desce?

sábado, 2 de outubro de 2010

Três vezes amor

Sabe quando você acha que tá na crista da onda e de repente essa onda te engole?

Pode não ser seu relacionamento ideal, nem o meu, mas quando o construímos juntos, tornou-se.
Numa tarde, numa noite e numa madrugada que seguiam seu cotidiano e podiam ter sido quaisquer, se tornaram três vezes amor.
Num sopro, num sussurro e num grito. Três vezes amor.


Coração acalentado. Será sempre você. Também amo você. Manhã, tarde e noite.