segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TEMO

Arrumei meu quarto. De uma certa forma, minha vida está lá. Cada detalhe traz uma lembrança. Arrumá-lo foi um resgate. Lembrar o que fui me trouxe o que sou e abriu para o que quero ser. O que mudou?

Uma certa angústia ao ver uma carta de 2003 com “new year’s resolutions” para 2004 e me dar conta que em quase 2011 ainda almejo as mesmas coisas...

Parei no tempo? Não conquisto o que quero ou quero tantas que não conquisto nenhuma? Me falta foco ou perseverança? Não alcancei, tive e perdi ou não considero o que consegui? Me falta reconhecer ou realmente querer? Ou tenho medo de conseguir?
Queremos tanto uma coisa que nos boicotamos com medo do dia que a tivermos nas mãos, pois não mais saberemos quem somos. Sinto que vivemos devorados pela necessidade de sermos amados, mas no fundo temos medo da insegurança de amar. TEAMO.

A sensação de ter existido e não vivido. Saudade do que se foi e até do que não vivi. Saudade da ingenuidade e ignorância que me deixavam dormir sem o peso das responsabilidades. Assumi-las é tomar posse do poder sob nossas vidas e isso tira o sono. Trava as costas. rs

Claro que ele me veio em mente trazendo a memória de uma fase que vivi em plena alegria. Felicidade que tive comigo e não sei por que delego esse poder a ele. O Amor era de encantamento, mas me enganei quanto ao protagonista. Achei que era por ele e na verdade era por mim... O fato é que apesar de ter(mos) andado naquela estrada com deleite, não conheci o caminho. Reconheço algumas curvas, mas vivo saindo da estrada... Com ele, perdi o mapa.

Hoje, meu amor é outro. Se é diferente daquele? Sim e não. Sim na essência, mas não na ausência. É maduro, é terno, é generoso, é compassivo... Mas esse está no outro. E é incompleto. Recíproco mas não inteiro. E dessa estrada meu amigo, perdi o mapa da saída. E quando acho que estou na beira do abismo, e mesmo sendo abismo me tirará dela, o TE(A)MOR me traz de volta.

E agora José? Sair dessa estrada e tentar algo novo com a possibilidade da felicidade que tanto busco, ou permanecer na conhecida, mas não preenchida, felicidade na esperança de uma possibilidade? A segunda já tenho tentado...

Hoje, clarificada pelo olhar de um filme (“O Segredo dos Seus Olhos”, recomendo!), sei bem o que quero. Posso passar a vida buscando e até não encontrar nessa... mas hoje sei o que é esse vazio que tanto preencho com nada.

Vejo uma estrada amarela. Por essa ainda não andei...

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