quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dose

É cabível, mas não comum... não entre nós. Mas algo se partiu. Pisamos em ovos, medimos palavras, nossos olhares se cruzam apenas por instantes, e nossos sorrisos trazem seus pesares, as gargalhadas tentam resgatar a cumplicidade, mas não se sustentam. Nossos toques como choques e nossos corpos agora se repelem com medo do que foi e não é mais. Medo do que será, de onde podemos chegar... como se ainda estivéssemos na fase da primeiras impressões, nos re-conhecendo.

Mas nossas almas se pedem e sedentas, vagam. Se encontram, se acalmam. Se afastam, se abafam. Um jogo repleto de armadilhas que caímos com gozo recheado com o sabor do pecado, do errado.
Medo de estar, mas com pavor de partir. Medo de ter e perder. De não merecer.

Presos num amor nostálgico. Por milésimos vivemos essa utopia de forma tão real. Como um sonho, e dele acordamos, relutando a abrir os olhos tentamos fugir de nós para só dele viver... que vontade de você. Não sei viver sem sentir você, mesmo que só em mim.
Foi tudo tão rápido, mas numa sincronia perfeita e intensidade perturbadora.
E mesmo que passado, aquele momento nos perturba e nada se iguala.

E dessa memória nos alimentamos. Seria o hoje ou o ontem uma ilusão?
E quem vive de realidade? Dela apenas se existe, se resiste.
Mas você, você sempre estará comigo. Foi a forma de amor que aprendi, que reconheço, que me apego. Nosso amor não se explica, não se mede, não se entende apenas se sente.

Você é meu sonho e pesadelo. É ar e fobia. É vida e morte. Cicatriz na alma. “Você é meu raio de sol”.

Mesmo sem mais um só gole de você, meu corpo jamais perderá sua memória.

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