Fui criada, não educada. Criada não para o mundo, mas para um mundo. E esse projeto falhou por uma razão: acordei do seu sonho.
Por um instante me faltou ar, afogada com tudo que me enchia para suprir o vazio causado por estar tão longe de mim, de ti, sozinha.
Me abandonei para te satisfazer, só queria te fazer feliz, acreditava que podia! Te dei minha vida, e ainda assim choravas. Fui o que quis e quando sentia seu amor, me vinha a insensatez de que o que amava não era a mim, mas uma ilusão, sua projeção. Tudo em vão. E o que me tinha? Seu mais puro amor... o melhor que entendia dele.
Ganhei a vida e dela nada me fiz. Te dei, e mesmo ela não te fez feliz.
Seguir seus passos, atender a seus chamados, ser como e melhor que você... Sua vida repetir?
Um amor mentiroso, esse ciclo vicioso, seu veneno desgostoso, sua insaciedade, árdua felicidade...
Aprendi esse amor dependente que suga a gente. O que fez de mim? O que quer comigo?
E hoje o que vivo? Um amor que suga e alimenta. Amor que vicia e liberta. Mas que não atende, não satisfaz.
Partir. Porque o que não se desamarra, se corta.
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